IMORTALIDADE BANALIZADA

Todo o torcedor tricolor tem  orgulho de se dizer imortal.  Imortalidade essa, surgida de grandes conquistas, com vitórias sofridas, algumas obtidas em cima de clubes e arbitragens bisonhas. O último grande exemplo disso foi a famosa Batalha dos Aflitos.

Essa temporada 2011 vem trazendo algo que até então não era comum a nós torcedores. Jogadores se dizendo imortais, se inserindo na história do clube sem (ainda) terem  feito parte dela.

Vejamos as definições dessa palavra tão citada nesse ano de Libertadores da América.

IMORTALIDADE (segundo dicionário): Propriedade de um ser não sujeito à morte, ou seja, à não desintegração de seus elementos essenciais constitutivos.

IMORTALIDADE (segundo torcida tricolor): Ato ou efeito de nunca se entregar durante uma partida (batalha), buscar o resultado até que a sua última gota energia ainda exista.

Penso que o uso desse jargão tenha o intuito de ajudá-los a conquistar a torcida, essa, ávida por ter novos ídolos identificados com o clube, algo em extinção no futebol brasileiro. Hoje, o que realmente comanda o futebol é, invariavelmente, o dinheiro.

Porém, principalmente nos últimos dias, têm-se usado a imortalidade para abafar más atuações, discussões com torcedores e jornalistas, entre outras situações que vulgarizam essa marca que é unicamente gremista.

Penso eu, que o uso indiscriminado do termo “imortalidade” acaba banalizando o que hoje nos  transforma num dos times mais temidos dentro de campo. Aquilo que nos define como time brigador, guerreiro, que nunca se entrega, poderá perder seu significado e ficar apenas como uma lembrança de como se jogava futebol nos tempos em que o Grêmio era O Grêmio (os mais antigos sabem o que estou falando).

Alguns dos maiores ídolos que merecem ser rotulados de imortais, nunca se autodenominaram assim, lembremos de Lara, De Leon e um mais recente e inesquecível na década de 90, um legítimo guerreiro em campo, o volantão Dinho, O Cangaceiro dos Pampas.

Nada contra tentar se identificar com a torcida usando esse rótulo, porém se o usar, que faça jus a ele dentro de campo, que lute pelo Grêmio, que jogue como nunca, que tenha sangue nos olhos, e mostre que merece se dizer IMORTAL.

Douglas Sari, sócio gremista de Machadinho, e torcedor fanático de sangue azul herdado em 1982.

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Uma resposta para IMORTALIDADE BANALIZADA

  1. João disse:

    Que belo texto!!!! É isso aí!!! Queremos um time com garra, com raça!!!

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