Gilson,Ozzy e Futevôlei

De todas as coisas chatas desse mundo, talvez a mais chata seja falar de algo que a gente não gosta. Esse tipo de coisa geralmente é compensada quando fazemos coisas legais, como falar de algo que gostamos. O que acontece é que precisamos fazer as duas coisas. Falar do que gostamos nos traz bem-estar e falar do que não gostamos pode ajudar na mudança, pode propiciar um momento de positivismo, pois atrás de um desapontamento sempre tem uma esperança de melhora.

Depois de ver os acontecimentos ao longo dessa semana vi que existem algumas coisas que precisam ser revisadas com uma certa urgência. O jogador  Gilson, grande aposta do Renato para a lateral esquerda, já não vinha dando a resposta esperada pelo torcedor. Desde muito tempo vem se tornando visível a preferência da torcida pelo Bruno Collaço. Ora, se alguem deixa a titularidade escapar pra um cara como o Collaço, algo tem que ser revisto! Além da falta de qualidade, Gilson é azarado. Sempre na hora errada e no lugar errado. Pra quem viu a camisa 6 do Grêmio sendo vestida pelo Roger, Casemiro e tantos outros, é um duro golpe constatar que não temos um lateral capaz de acertar um cruzamento ou parar os meias adversarios.

Enquanto aqui na província a garoa prenunciava a chegada do frio, no Rio fazia um calor de 30 graus e era na areia quente da Barra da Tijuca onde Renato jogava seu futevôlei. Sisplatino que sou, confeço que não faço nem idéia de como se joga o tal esporte e aposto que a grande maioria dos gremistas também não sabe. O que importa é que isso não é da nossa conta. Dentre as coisas que me incomodam profundamente como gremista é a maleabilidade da torcida perante a imprensa gaúcha. Não é de hoje que fatos sem a mínima relevância futebolística infuenciam na saída ou permanência de profissionais do Grêmio.  E seria muito ruim se isso acontecesse com o Renato. Sou da opinião que os momentos de folga são para um profissional fazer o que gosta e se o cara gosta de jogar um futevôlei, que jogue! Ele já percebeu que algumas de suas convicções estavam equivocadas. Carlos Alberto e Gilson já não são mais titulares e o garoto Leandro vem se mostrando peça fundamental como segundo atacante. Basta dar tempo ao tempo e ao Renato. Confiança nunca é demais para um ídolo.

Enquando a derrota infame de Caxias ainda estava atravessada na nossa garganta, o grito de ah eu sou gaúcho era bradado a plenos pulmões nas imediações do aterro. A poucos metros de distancia do campo de jogo dos amargos, o ícone do heavy metal  Ozzy Osbourne cobria-se com a bandeira tricolor indignando os colorados ali presentes e levando os tricolores a loucura. Alguns já se maninfestaram dizendo que foi uma idéia do departamento de marketing do Gremio. A verdade é que o Ozzy não é o primeiro. Red Hot Chilli Peppers, Pearl Jam, Aerosmith, Deep Purple entre outros artistas de grande porte já fizeram o mesmo gesto. Certamente eles não o fazem a toa. Além de ser um sinal de carinho do povo gaúcho para com eles, não é difícil de gostar da inconfundível combinação das três cores.

Na verdade, o Príncipe das Trevas sentiu o que todos nós gremistas já sentimos e aprendemos a entender. Não há nada que combine mais com esta terra do que a bandeira do imortal da Azenha.

Lucas Vinícuis Tadioto, publicitário, músico e capo da bandalha do Grêmio

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